PROPOSTA PEDAGÓGICA

 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

“O futuro não é uma coisa escondida na esquina.O futuro a gente constrói no presente.” 

Paulo Freire

Ao longo das últimas décadas, vários pesquisadores como Kramer(1997), Benjamim(1984) e muitos outros, vêm buscando demonstrar a importância da educação infantil, tentando incluir a esta etapa do desenvolvimento a atenção e o valor que merece. Às instituições de educação infantil por muitos anos foi atribuída a tarefa assistencialista  de cuidar apenas da alimentação e da higiene da criança, ou a tarefa de “passar o tempo” até os pais retornarem do trabalho.

A Constituição Federal de 1988 reconheceu, pela primeira vez, a Educação Infantil como direito da criança, opção da família e dever do Estado. A partir daí, a Educação Infantil deixou de estar vinculada à política de assistência social e passou a integrar a política de educação.

O reconhecimento quanto ao valor dessa etapa da educação foi solidificado com a LDB 9394/96, que ampliou as responsabilidades públicas sobre a educação. Na Seção II, Art.29, notamos que a educação infantil foi incluída na primeira etapa da Educação Básica junto com o ensino fundamental e médio, tendo como finalidade: “... o desenvolvimento integral das criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.”

O Centro Municipal de Educação Infantil “Curumim” está fundamentado no respeito às fases de desenvolvimento da criança, nas diversidades culturais e individuais e no resgate de valores étnicos e morais, baseado na LDB 9394/96. O CMEI se propõe a oferecer uma educação que leve em conta o desenvolvimento integral da criança e a sua integração ao meio social em complementação à ação de família, proporcionando condições adequadas de desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social, promovendo a ampliação de suas experiências, estimulando seu interesse pelo processo de transformação da natureza e pela vivência em sociedade.

O trabalho pedagógico inspira-se numa perspectiva construtivista e nos pressupostos teóricos sobre a Psicogênese do Sistema de Escrita de Emília Ferrero (1981). Utiliza as abordagens piagetianas e vygotiskiana de pesquisa para entender como o processo cognitivo da criança se desenvolve ao longo do currículo aplicado na escola. Privilegia uma forma integrada e participativa de aprendizagem onde o professor e aluno sejam agentes do processo educativo. Esse trabalho se expressa pela oferta de uma prática educativa adequada às necessidades da criança, considerando os interesses e as motivações de cidadão crítico, íntegro, responsável, consciente e coerente, isto é, capaz de relacionar com o meio em que vive e em sociedade.

O trabalho será pautado ainda nos conhecimentos e nas experiências que a criança já possui, a partir dos quais se devem criar pontes para novas aprendizagens, ou seja, construção de novos conhecimentos. Seguindo Vygotsky, os indivíduos quando nascem não são meras folhas em branco que deverão ser preenchidas ao longo de suas vidas, mas, precisam ser vistos como seres próprios de espécie humana, que já possuem uma história e uma cultura que lhes são anteriores, ou seja “ não devem ser entendidos como forma acabada, mas como uma permanente e fluente forma dinâmica de interação entre o organismo e o meio”. (Vygotsky, 1924/2001).